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Rise and fall of Bruna Little Surfer


De antemão, peço desculpas por esse título. Ainda assim, é exatamente isso que Bruna Surfistinha mostra. O filme, baseado na autobiografia O Doce Veneno do Escorpião, delineia a vida e carreira da mais famosa garota de programa que o Brasil já conheceu.

Quer dizer, eu (pelo menos) nunca ouvi falar tanto de outra… Foi em meados de 2006 que Bruna alcançou fama nacional, graças à popularidade alcançada pelo seu blog. Neste blog, ela descrevia, sem inibições, suas experiências como prostituta. Na realidade, pode-se garantir que Bruna ficou famosa por publicar o que tantos gostariam de saber, sem ter pra quem (ou como) perguntar.

O filme inicia-se com os seus últimos momentos de vida familiar. Não se explica claramente como Raquel Pacheco se transforma em Bruna Surfistinha. Raquel foi adotada por uma família que tinha plenas condições de criá-la bem. Estudou em bons colégios particulares e sempre teve tudo de melhor a seu alcance. Aparentemente, nunca passou fome, foi abusada sexualmente ou coisa do tipo.

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Candura


Cena do filme "A fita branca" (2009)

ATENÇÃO! SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISTIU AO FILME “A FITA BRANCA”, HÁ SPOILERS!

Em 1910, Freud escreve: “É facílima de explicar a razão por que a maioria dos homens (…) nada querem saber da vida sexual da criança. Sob o peso da educação e da civilização, esqueceram a atividade sexual infantil e não desejam agora relembrar aquilo que já estava reprimido”. O filme “A fita branca” se passa na mesma época em que a psicanálise começava a incomodar: uma época em que a euforia pelo progresso do início do século mascarava o mal-estar social que viria a explodir na forma da I Guerra Mundial. O longa-metragem de Michael Haneke, formado em Psicologia, Filosofia e Teatro, traz à tona muitas questões que perturbam o espectador; o drama de Nina, em “Cisne Negro”, parece ingênuo perto da angústia vivida por toda a pequena aldeia.

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Entre uma pedra e uma pergunta dura de responder


ATENÇÃO! SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISTIU AO FILME, HÁ SPOILERS!

É necessário coragem para assistir ao novo filme de David Boyle “127 horas”. Não apenas para aguentar de olhos abertos as impressionantes cenas em que ele decide beber a sua urina ou cortar o próprio braço para sobreviver. Mas sim para responder a questão que permeia o filme: “Até onde você iria para manter-se vivo?”

127 horas preso a uma rocha pelo braço direito.A narrativa que se desdobra a partir das horas que se seguem ao acidente são o enredo do filme homônimo

A história verídica do alpinista americano Aron Ralston, que, enquanto escalava o canyon Blue John, em Utah, teve o braço direito esmagado por uma rocha e, preso a ela, ficou  impossibilitado de soltar-se por cinco dias. Os espectadores do filme assistem agoniados a passagem do tempo e o insucesso nas tentativas de se desprender do monolito.

Porém, o mais intrigante do filme não é descobrir se ele sobreviverá às péssimas condições, à debilidade causada pela falta de comida ou pela perda de sangue quando se perfura com um canivete cego.

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O incômodo do ‘Cisne Negro’


Sim, porque o filme incomoda. Não achei palavra melhor para designar a sensação de dúvida, estranhamento e identificação vivenciada ao vê-lo no cinema. Vá lá assistir para saber do que estou falando ou admita-se como insensível se você não concorda. Nada de loura angelical, nem morena tentadora, como pregou durante tanto tempo a literatura. Já era o maniqueísmo dos contos-de-fadas, o mocinho contra o vilão. E está aí o drama psicológico ‘Cisne Negro’, que estreou em 4 de fevereiro nos cinemas, para não nos deixar mentir.

No longa, a protagonista Natalie Portman encarna com genialidade o papel de uma moça ‘certinha’ que precisa encontrar sua versão ‘malvada’, por assim dizer, para realizar um grande sonho. Para tal transposição entre Natalies, o longa abusa de metáforas e imagens já desgastadas, como o branco e preto, a gêmea do mal e a do bem. A sensação de realidade experimentada talvez venha do fato de ser o balé (e a ideia de dedicação que o envolve) o plano de fundo para a criação do ‘lado B’ da personagem.

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