Há cerca de dois anos, venho sendo confrontado com uma questão: “Como eu, jovem e homossexual que sou, posso não engrossar as intermináveis fileiras de fãs da cantora Lady Gaga?”. E, mais do que isso, “como posso juntar-me a tantos heterossexuais em sua adoração pela banda alemã de rock pesado Rammstein?”. Bem, diante de tanto espanto, acho que finalmente consegui reunir em palavras as razões pelas quais nunca me empolguei com o trabalho de Lady Gaga. Gostaria, então, de encerrar esse assunto que tanto me persegue.
Para fins de ilustração, gostaria de relembrar um evento que se passou seis anos atrás, quando ainda cursava o ensino médio. Àquela época, os alunos de minha escola receberam uma tarefa especial: cada classe devia montar um desfile de moda criativo e ousado e apresentá-lo aos demais colegas. Um dos desfiles, cujo tema era a mudança da moda e dos costumes ao longo do tempo, encerrou-se com a representação do que os alunos consideravam um “casamento do futuro”, no qual a noiva trajava vestido branco, veu e grinalda e era acompanhada de um “noivo” do sexo feminino, exibindo uma roupa bastante cavada e sensual. No mesmo dia, vi um dos integrantes da sala expressar seu orgulho por fazer parte de um grupo tão moderno e tolerante. No entanto, meses depois, um aluno dessa sala contataria a diretora, comunicando sua saída da escola. O motivo? Ele estaria sendo alvo de discriminação e perseguição devido a sua homossexualidade…
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